Não importa se o destino é a Itália ou uma cidade do litoral
do nordeste, a palavra de ordem quando se pensa em tirar aquelas tão sonhadas
férias é planejamento, que já começa com a escolha de uma boa companhia aérea e
na categoria mais confortável que o bolso pode pagar.
Comprando os bilhetes com antecedência, é possível conseguir
bons preços, além de parcelar o pagamento em diversas vezes (sem juros!), o que
acaba diluindo o investimento ao longo dos meses que antecedem a viagem. A TAM,
por exemplo, está com promoções ótimas para bilhetes adquiridos até o dia 31 de
dezembro. Ida e volta em executiva para Milão, com saída em meados de junho e
permanência de 3 semanas, está custando cerca de R$ 10.500. Já se for em
econômica, o preço cai para R$ 3.500. Claro que o ideal é comprar um bilhete em
econômica e pedir um upgrade para a executiva. Melhor panorama ainda é aquele
em que os bilhetes podem ser trocados totalmente por pontos e isso
requer,dependendo da companhia aérea, de 2 a 3 meses de antecedência.
Bem, se seu destino é a Itália, independentemente da
companhia aérea que for utilizar, sugiro que comece a viagem por Roma e depois
vá subindo, de carro, para terminar em Milão, de onde a maioria dos voos
intercontinentais parte.
Você chega em Roma, mas sua viagem não começa propriamente
em Roma. Vai apenas fazer uma parada técnica, pois depois de mais de 12 horas
de viagem, vai querer se refrescar, trocar de roupa e, aí sim, começar a
viagem. Aproveite essas poucas horas em solo romano para se refazer, alugar um
carro e fazer um reconhecimento do terreno.
Para essa primeira noite, sugiro um hotel perto do
aeroporto, de fácil acesso às rodovias e também ao centro da cidade. Isso tudo
parece difícil de encontrar, mas não é. Existem vários hotéis ao longo da
Cristoforo Colombo, uma das principais avenidas da cidade, que liga o centro ao
mar ( o Aeroporto Internacional de Fiumicino, na verdade, não fica em Roma, mas
na cidade de Fiumicino, antigo porto romano), onde você pode passar a primeira
noite em Roma. Eu recomendo o Sheraton Roma Hotel & Conference Center
(Viale Pattinaggio, 100), cuja diária, com café da manhã (ótimo!), em
apartamento duplo (alguns novos, outros nem tanto ...), sai por 153 euros. Para
chegar lá, de Fiumicino, só de taxi (deixe para pegar o carro no dia seguinte,
pois não vai usar carro em Roma), mas como a distância não é grande, não vai
gastar mais do que uns 30 euros. Se já preferir ir motorizado, fique tranquilo,
que o hotel tem estacionamento (mas deixe o carro lá, pois ir ao centro de Roma
de carro é impossível, já que a cidade não foi feita para a circulação de
carros e menos ainda para eles pararem).
O valor das corridas de taxi podem ser verificados no site
http://rome.taxi-airports-transfer.com
enquanto que o aluguel de carros pode ser feito em diversas locadoras, quase
todas com escritórios na saída do aeroporto. Eu costumo usar a Europcar (
www.europcar.pt), mas se preferir Avis, ou
Localiza, ficam todas uma ao lado da outra.
O custo do aluguel do carro
depende, naturalmente, do tamanho do carro e do período de uso (quanto maior o
número de dias, menor a diária). Eu sugiro um Classe A, ou uma Lancia Y, que
possuem porta-malas suficientes para 2 malas grandes e (talvez) 2 pequenas. O
preço é razoável, são econômicos e fáceis de dirigir. Em qualquer caso, um GPS
é condição sine-qua-non para encarar as estradas.
Falando em estradas, não se
estresse com trocados para pagar os pedágios, pois todos eles (pelo menos todos
os que já usei e não foram poucos), aceitam cartão de crédito. É tudo
automático. Você pega o bilhete quando acessa a rodovia e, como se tivesse
saindo do estacionamento de um shopping, quando deixar a rodovia ao chegar no
seu destino, insere o bilhete no local indicado, depois o cartão de crédito e
já tem a despesa debitada. Se quiser um recibo, é só responder sim para a
máquina, mas como isso vai ser difícil de entender, já fique contente de ter
pagado tudo sem formar uma fila quilométrica atrás de você. Na dúvida, entre na
fila do pedágio atendida por uma pessoa (eu prefiro a máquina ...).
Bem, de banho tomado, pegue o
ônibus do hotel (o bilhete você pega na recepção e paga somente no check-out) e
desça no centro (na verdade, ele para nas imediações do Teatro di Marcello) e,
de lá, siga explorando a parte romana de Roma (sendo uma cidade milenar, Roma
possui vários percursos a serem visitados). Siga pela Via del Teatro di
Marcello em direção à Via dei Fori Imperiali, percorra-a até o final, contorne
o Coliseu (em Italiano, Colosseo), siga pela Via Celio Vibenna e depois pela
San Gregorio, para virar na Via del Circo Massimo, que você vai percorrer até
chegar no rio, passar em frente à Ilha (isola) Tiberina, para entrar na Via del
Foro Olitorio e retornar ao local onde o ônibus do hotel passa (se quiser,
também pode voltar de metrô, mas vai ter que caminhar um pouquinho, pois a
estação mais próxima do hotel, não fica propriamente perto do hotel e caminhar à
noite naquela região não é muito bom).
Se quiser, quando retornar a Roma, depois de ter descido a
Nápoles, Pompéia e Amalfi, pode entrar em alguma atração que tiver chamado mais
atenção. Eu dispensaria caminhar pelos Fóruns Imperiais (
www.capitolium.org), ou entrar no Coliseu
(
www.il-colosseo.it). Dependendo do seu
gosto, porém, pode valer à pena uma visita aos Museus Capitolinos (
www.museicapitolini.org), de onde
você tem uma bela vista dos Fóruns.
Com jet-leg e tudo mais, melhor voltar para o hotel cedo,
comer algo no bar da piscina, dormir bem e começar ao dia, depois de um café
bem reforçado, com muita disposição.
Se já tiver alugado o carro, carregue as malas e parta em
direção a Nápoles, que fica a 228Km do Sheraton, seguindo pela A1. Eu nunca me
hospedei num hotel em Nápoles (somente uma vez, mas prefiro riscar aquilo da
minha memória), onde normalmente fico com amigos, mas um hotel que parece ser
bom (pelo menos é bem recomendado entre os internautas) é o Hotel Tiempo (
www.hoteltiempo.it). Fica bem localizado
(perto do metrô), não muito longe do acesso à rodovia, além de custar cerca de 100
euros por noite para duas pessoas.
Se o hotel for bom, fique duas noites, pois vai precisar
disso para conhecer um pouco de Nápoles (lembra um pouco Salvador, ou seja,
abra os olhos!), visitar Pompéia (ou Ercolano) e Capri.
O Palácio Real é uma das 3 residências oficiais do Reino das
Duas Sicílias. Não é a mais faustosa. Esse título é da residência de Caserta
(cidade que fica no caminho entre Roma e Nápoles) e que, segundo alguns, é mais
bonita que Versalles. De qualquer modo, é interessante do ponto de vista
arquitetônico e também por conta de algumas peças expostas.
A Via San Gregorio Armeno é muito característica, tanto do
ponto de vista arquitetônico (as coisas ali estão meio caídas, mas num país com
mais de 2 mil anos, o que não está?) e social. Além disso, reúne um grande
número de ateliês onde são fabricados (e vendidos!) os famosos presépios
napolitanos, cujo representante máximo, no Brasil, foi trazido por Ciccillo
Matarazzo e hoje está custodiado no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Lá você
encontra desde peças apenas bonitinhas até verdadeiras obras de arte, feitas em
papel machê.
Nas imediações da San Gregorio Armeno, é impossível de
deixar de visitar a Igreja, hoje museu, de Sansevero. O prédio, em si, não tem
nada de mais. Entretanto, ele custodia uma das mais belas esculturas que já vi
em minha vida e que põem no chinelo obras de Fidias, grande artista grego, ou
mesmo de Bernini, um dos maiores escultores de todos os tempos (não me atrevo a
incluir Michelangelo na comparação, pois o conjunto de suas obras não tem
igual). Trata-se do Cristo Velato, realizada por Giuseppe Sanmartino em 1753.
Não há nada no mundo que se iguale a essa obra em mármore de Carrara, que
representa o corpo de Cristo deposto da cruz, coberto por um véu, que parece
ter sido colocado sobre a estátua, dada sua sutileza, muito embora seja parte
dela e, portanto, também de mármore.
A essa altura, já com fome, sugiro um passeio pela Galleria
Umberto I, fantástica obra em estilo Liberty, muito semelhante a outra,
localizada em Milão, chamada Vittorio Emanuele II. O ambiente é agradável,
construído em ferro e com grande quantidade de vitrais e mosaicos, típicos da
época. Possui de lojas de grife e livrarias, além de alguns bares onde poderá
degustar um lanche rápido, ou uma genuína pizza Margherita, criada em Nápoles
para homenagear a Rainha Margherita.
Se o tempo estiver bom, aproveite a parte da tarde para
caminhar pelos Jardins de Capodimonte, sede da terceira residência oficial dos
Reis das Duas Sicílias. Somente os jardins já valem uma visita ao local, mas se
tiver ânimo, pode visitar pelo menos parte do Palácio, que reúne uma das mais
importantes coleções de arte do mundo, com obras de El Greco, Goya e
Botticelli, para citar apenas alguns.
Se já quiser levar lembranças de viagem, as porcelanas de
Capodimonte são famosas em todo o mundo, embora hoje em dia, com a concorrência
chinesa, os artesãos que ainda fazem esse tipo de obra de arte são bem poucos.
O maço de flores é pequeno, custa pouco e é bem característico!
Encerre o dia num restaurante especializado em frutos do
mar, outra especialidade da cozinha local, além, é claro, dos chamados pratos
da dieta mediterrânea, tidos como os mais saudáveis no mundo. Descanse bem,
pois o dia seguinte vai ser de longas caminhadas.
O segundo dia na Região da Campanha será dedicado
prioritariamente a uma visita às escavações da antiga cidade de Pompéia (
www.pompei.it/categoria/scavi.htm),
cidade que desapareceu do mapa após a erupção do Vesúvio, vulcão ativo até os
dias de hoje, embora atualmente esteja adormecido. Foi no ano de 79 da era
cristã que a grande erupção aniquilou Pompeia, cobrindo-a por uma camada de
cinzas que asfixiou e depois mumificou seus habitantes, cujos corpos foram
encontrados exatamente como estavam protegendo-se das cinzas, no dia da grande
catástrofe. Além disso, as cinzas também protegeram os fantásticos afrescos das
vilas romanas (Pompéia, além de importante porto, era uma cidade de veraneio
das classes romanas mais abastadas), bem como teatros, casas de banho (note as
rugosidades construídas no teto abalroado dos banhos quentes, feitas para
coletar o vapor condensado e recolhe-lho em canaletas subterrâneas, que são um
verdadeiro prenúncio dos edifícios verdes).
Pegue um guia na porta do parque. Pode visitar tudo sozinho,
apenas com a planta do local, mas com o guia vai poder entrar em algumas casas
belíssimas, fechadas para o público normal. Vale à pena o investimento.
Se tiver ânimo, suba até a cratera do vulcão (
www.vesuviopark.it), mas já vou avisando
que tem que estar com as pernas bem condicionadas, pois além de longo, o
percurso é feito num terreno escorregadio, coberto por pedregulhos de lava
solidificada. De qualquer forma, vale à pena. A paisagem é lunar, totalmente
diferente do que já viu.
O terceiro dia na Campanha deve ser dedicado à ilha de
Capri (
www.capritourism.com), joia do
Mediterrâneo e sede da casa de Veraneio do Imperador Tibério, herdeiro de
Augusto e segundo imperador romano. Ainda existem vestígios da sua antiga
mansão que, por meio de uma escadaria subterrânea, comunicava-se à piscina
particular, que nada mais era do que a famosa Gruta Azul.
Bem, você chega a Capri através dos aliscafos, barcos
super-rápidos, que saem de diversos pontos do Golfo de Nápoles, inclusive do
próprio porto de Nápoles, ou de Sorrento, outra cidadezinha interessante,
primeira da Costa Amalfitana, mas que vai ter que deixar para outra ocasião, a
menos que queira sacrificar algum destino mais adiante, do período total de permanência
na Itália.
A visita a Capri pode ser feita em menos de um dia e de lá
prosseguir para Roma, no final da tarde. Também pode valer à pena uma noite ali
e prosseguir a viagem no dia seguinte, já descansado, depois de uma noite bem
dormida num bom hotel e um café da manhã de rei. O Villa Marina Capri Hotel (
www.villamarinacapri.com) é um dos
melhores da ilha.
A ilha em si, que é dividida em Capri e Anacapri (parte mais
alta) já é um show. Perca-se caminhando entre suas ruelas, eventualmente visite
as escavações da Villa de Tibério, não deixe de passar em frente aos Faraglioni
(formações rochosas que lembram um portal) e, naturalmente, não economize uma
visita à Gruta Azul (
www.youtube.com/watch?v=JcJCh-8FDS4).
Confesso que o azul do mar da gruta é igual ao azul do entorno da ilha. De
qualquer modo, é uma experiência que não se pode deixar de viver. Melhor se for
no final do dia, quando os barqueiros, se bem retribuídos, podem te deixar dar
um mergulho no local. Caso contrário, vai entrar, dar uma volta na gruta e sair
(e não custa pouco ...).
Ah, já ia me esquecendo: não deixe de tomar um Limoncello,
licor de limão típico da região e que pode ser um bom suvenir para os amigos
(vendem garrafas com 30ml, que são simpáticas e igualmente boas, como as
grandes). Outra boa lembrança local são os perfumes, cujas fragrâncias estão entre as mais antigas do mundo (
www.carthusia.it).
Se dormiu em Capri, sua viagem de volta a Roma e quinto dia
de permanência na Itália começa depois do café da manhã e, dependendo da hora
em que pegar o barco de bolta para a continente, vai chegar em Roma no começo
da tarde. Caso tenha preferido retornar a Roma depois de uma rápida visita a
Capri, deve ter chegar no seu hotel já noite adentro. Tanto num caso, como no
outro, sobretudo porque vai estar de carro (que vai ter ficado em Nápoles, pois
ir de carro a Capri é pedir para sofrer), sugiro que permaneça no mesmo hotel da
primeira noite. Entretanto, se preferir abolir o carro (vai ficar parado a
maior parte do tempo) e fazer os deslocamentos maiores de trem (não é má ideia
se conseguir viajar com pouca bagagem, algo 100% recomendável).
Caso esteja sem carro e deseje ficar mais no centro de Roma,
sugiro hospedar-se no Hotel Sant’Angelo (
www.hotelsa.it)
que fica a dois passos da praça Cavour (terminal de vários ônibus que circulam
por Roma), a pouca distância do Vaticano e do Castel Sant’Angelo. É bem
simples, mas limpo e cômodo para os deslocamentos que terá de fazer nos dias
seguintes. Sugiro ficar pelo menos 2 noites ali (ou no Sheraton, hotel da
primeira noite em Roma).
Há tanta coisa para ver em Roma que, como dizem alguns
amantes da cidade, uma vida apenas não basta. Portanto, vou indicar aqui apenas
as coisas principais, que não deve deixar de ver.
Se chegar em Roma no meio do quinto dia e se ficar hospedado
no Hotel Sant’Angelo, depois de descarregar as malas, comece sua exploração da
cidade caminhando poucos passos até o o Rio Tevere, caminhe em direção ao
Castelo Sant’Angelo (originalmente tumba do Imperador Adriano, depois
transformado em forte e, atualmente, museu bélico, com armaduras e tudo mais),
siga pela via da Conciliazione e prossiga em direção à Basílica de São Pedro
que, oficialmente, depois do tratado de Latrão, faz parte do Estado do
Vasticano, com selos e passaporte próprios.
Se entrar no Castelo Sant’Angelo pode ser uma bobagem (os
anjos ao longo da via representam os anjos que, se não me falha a memória, o
Papa Clemente IX teria visto numa certa ocasião), entrar na Basílica de São
Pedro é mandatório. É grande, cheia de rococó e tudo mais que você a queira
chamar. Talvez por isso mesmo impressione. Note o pé da estátua de bronze de
São Pedro como está (os fieis passam a mão para se benzerem e, ao longo dos
anos, chegaram a consumir boa parte do bronze). Logo na entrada, depois de
passar por uma das portas laterais (a porta central abre somente a cada 100
anos), à sua direita, toda iluminada por flashs de japoneses enlouquecidos,
encontrará a primeira grande obra dessa igreja, que é a Pietá di Michelangelo.
As obras de Michelangelo são de ficar com o queixo caído e
ali mesmo, no Vaticano, terá a oportunidade de ver duas de suas obras mais
famosas (a outra são os afrescos da Capela Sistina, cujo acesso se dá pelo
Museu do Vaticano). Note a expressão de dor de Maria, carregando em seu colo
seu filho Jesus, apenas deposto da cruz.
Continue caminhando um pouco mais e chegará ao altar
principal, protegido por 4 colunas retorcidas, que lembram o templo de Salomão
e projetada por Bernini, outro grande nome das artes do renascimento. Se tiver
a sorte de pegar a luz do sol descendo pela cúpula, por entre as colunas, vai
ver um espetáculo de grande beleza, assim como o vitral que representa o
espírito santo, coroando o altar.
Dentro da Basílica há um acesso aos tesouros do Vaticano,
com prataria e relicários de todos os tipos. Eu visitei numa das minhas idas à
São Pedro e afirmo que não é nada de tão impressionante, a menos que seja
apaixonado por arte sacra.
Saindo da Basílica, dependendo da hora, pode dar tempo de
fazer uma rápida visita ao Museu do Vaticano. Na verdade, precisaria de um dia
inteiro para visitar o museu como se deve, mas como o objetivo aqui é visitar a
Capela Sistina e mais alguma coisa (a biblioteca, por exemplo, é bem
interessante), um fim de tarde pode ser suficiente, desde que a fila para
comprar o ingresso não seja grande demais. O acesso se dá, olhando a Basílica
de frente, pela rua lateral direta, margeando o muro do edifício.
Ah, antes que me esqueça novamente, nunca, jamais, programe
um dia de visitas que inclua igrejas vestido com bermudas ou regatas, pois não
vai entrar. Nem as pernas e nem os ombros podem ficar à vista. Também
desaconselho levar bolsas ou mochilas, pois terão que ser deixadas no
guarda-volumes, localizado do lado direito da Basílica.
Já está na hora de descansar um pouco para o último programa
do dia, que é um jantar no ultra-famoso Il Vero Alfredo (
www.alfredo-roma.it), a poucos passos o Hotel
Cavour, do outro lado do Rio e bem em frente ao Mausoléu de Augusto. É
turístico e um pouquinho caro, mas é o tipo de coisa que a gente não pode se
privar, depois de uma viagem tão longa. Atualmente administrado pelos sobrinhos do fundador, Alfredo e Ines, o local está em atividade desde 1950 e faz parte das lojas históricas de excelência de Roma (www.negozistoricieccellenza.it). Dica:
reserve!
Se a viagem estiver correndo dentro do previsto, você deverá
dedicar seu sexto dia de visita para ver tudo o que for possível da cidade
eterna. Saindo do hotel pegue a Ponte Cavour, siga em direção ao Mausoléu de
Augusto e dali, pela Via dei Condotti (que é a Oscar Freire de Roma) vá direto
para Piazza di Spagna (tem esse nome porque a Embaixada da Espanha ficava num
dos edifícios da praça), onde poderá observar a bela Trinitá dei Monti (subindo
a escadaria, em frente à fonte do Barco, de Berinini), diante da qual artistas
plásticos desconhecidos expõem suas obras a preços muitas vezes convenientes.
Da Trinità dei Monti, desça até a Fontana di Trevi (não se
esqueça de jogar uma moedinha de costas para a Fonte, caso deseje voltar a
Roma), bela por si só e eternizada nas cenas de La Dolce Vita, com Marcello
Mastroiani e Anita Ekberg. Não viu, veja antes de viajar. Também vale como
estudo de viagem o filme Elsa Y Fred, um dos meus preferidos de todos os
tempos.
Da Fontana di Trevi, siga até o Pantheon, um dos poucos
edifícios romanos totalmente intactos, ainda que transformado (ou por causa
disso), em templo católico. Do Pantheon, templo não dedicado a uma divindade
específica, siga para a Piazza Navona, uma das mais lindas de Roma.
Na Navona, há três edifícios de interesse: a Embaixada
Brasileira, considerado um dos palácios mais belos de Roma, a Fonte dos Rios
(Fontana dei Fiumi) e a igreja de Sant’Agnese. A Fonte dos Rios, que homenageia
os 4 maiores rios até então conhecidos (Danúbio, Ganges, Nilo e Rio da Prata),
foi projetada e construída por Berini, já citado anteriormente e
arqui-concorrente (para não dizer inimigo) de Borromini, outro grande
escultor-arquiteto da época, que projetou e construiu a igreja de Sant’Angnese,
localizada bem em frente à fonte. Repare no hindu que representa o Rio Ganges.
Ele protege o rosto como se temesse que a igreja fosse desabar em cima dele.
Trata-se de uma provocação de Bernini ao seu concorrente Borromini, que não
agradou nem um pouco este último.
Estando na Piazza Navona, pare um pouco para relaxar, tomar
algo (um gelato, por exemplo, ou uma bebida gelada). De lá, depois de descansar
um pouco os pés, pegue a Vittorio Emanuele, depois a Via dei Fori Imperiali e
retorne na região do Coliseu, onde também está localizada a Igreja de San
Pietro in Vincoli. O edifício tem esse nome pois dizem que a Rainha Helena, mãe
de Constantino, imperador romano que tornou o catolicismo religião oficial do
Império, ao colocar lado a lado as correntes (vincoli) que um dia aprisionaram
São Pedro, elas se uniram diante de seus olhos. Nessa mesma igreja, jaz outra
obra fabulosa de Michelangelo.
Trata-se do Moises, que teria sido agredida no joelho pelo
seu próprio autor que, momentaneamente enlouquecido diante de sua obra de
absoluta perfeição, tê-la-ia golpeado e pedido que falasse.
Se ainda tiver fôlego e tempo, sugiro visitar as demais três
Basílicas de Roma: Santa Maria Maggiore (barroca dos pés à cabeça!), San
Giovanni in Laterano e San Paolo Fuor Le Mure.
Se tiver que escolher uma entre as três, escolheria a San
Giovanni in Laterano, que se encontra nas proximidades da estação central de
trens. O edifício é bonito, mas o que interessa mais é o anexo, dentro do qual
está a escadaria do Palácio de Pilatos, trazida de Jerusalém para Roma pela
Rainha Helena. Dizem que Jesus subiu essa escadaria e que as manchas de sangue
marcadas em seus degraus são do Rei dos Reis.
Bem, depois de um jantar, provavelmente na Praça de Santa
Maria Trastevere, numa boa pizzaria local e uma noite de sono, sua permanência
em Roma terá terminado, a menos que deseje fazer uma viagem menos corrida e
empregar mais algum tempo na cidade e região, para ver algo com maior vagar, ou
ver mais algo de seu específico interesse.
A viagem agora prossegue até Assis. A viagem não é muito
longo. São cerca de 200Km ou duas horas de carro. A cidade não tem a riqueza
arquitetônica de Roma e nem o azul do mar do Golfo de Nápoles. É interessante,
porém, por ser cidade natal de Francisco, jovem da rica burguesia local e que,
segundo a história, em torno do ano de 1200, depois de ouvir uma mensagem
falada pelo crucifixo da Igreja de São Damiano, chamando-o para um trabalho
maior que os da vida mundana, inclusas as batalhas cruzadas, largou tudo para
cuidar dos pobres. Comprou briga feia com seu pai, um rico comerciante de
tecidos, mas ficou para a história como um dos maiores santos da Igreja
Católica.
Tudo em Assis gira em torno de São Francisco e também de
Santa Clara, jovem de incrível beleza e que resolveu largar tudo e seguir os
ensinamentos de Francisco e, mais adiante, criou sua própria ordem, a das
clarissas.
Um dos pontos altos da cidade é a Basílica de São Francisco,
toda decorada com afrescos de Giotto, cujas obras, para se ter uma ideia,
inspiraram de Leonardo a Michelangelo. Infelizmente, boa parte de seus afrescos
foram destruídos num grande terremoto que abalou a cidade há alguns anos atrás.
Muito, porém, foi restaurado por hábeis mãos, que pacientemente juntaram caco
por caco, como num quebra-cabeças.
Também são imperdíveis a Igreja de Santa Clara, a casa de
Francisco e, por último, a Porciuncula (
http://it.wikipedia.org/wiki/Porziuncola),
uma capela em volta da qual foi construída uma imensa Catedral. Fica na parte
baixa da cidade, é da época de Francisco e local onde teria morrido.
Simplesmente fantástica.
Vale á pena passar uma noite em Assis que, com as luzes das
lojas apagadas e com uma iluminação muito suave, faz o visitante retornar no
tempo. Uma boa opção de hospedagem (na verdade, a melhor) é o Num Assisi Relais
& Spa (
www.nunassisi.com), cuja
noite sai por cerca de 200 euros para o casal. Com certeza, vai ser uma
daquelas hospedagens inesquecíveis.
Se tiver fôlego para prosseguir no dia seguinte, junte as
malas e vá para San Marino. Todavia, recomendo duas noites no local, para
conhecer não só a parte histórica, mas também os campos da Umbria, suas
fazendas e restaurantes.
Se aceitou meu conselho de ficar duas noites em Assis e
explorar seus arredores, estará entrando hoje no seu nono dia de permanência na
Itália que, como disse anteriormente, deverá ser usado para a viagem à San
Marino. São mais cerca de 200 Km de estrada, que valem à pena investir.
San Marino, que oficialmente se chama Sereníssima República
de San Marino, com 61Km² é dos menores estados independentes do mundo. É também
a mais antiga república do mundo, fundada no ano de 301. Sua constituição
promulgada em 1600, também é a mais antiga do mundo. Sua principal atração, na
minha opinião, é a Roca Guaita, uma fortaleza cujas fundações dão do décimo
século. Vale à pena uma noite ali e um dos melhores hotéis da região é o Grand
Hotel Primavera (
www.grandhotelprimavera.com),
situado a apenas 3,5Km do centro histórico.
Já descansou? Agora faça as malas novamente e siga mais
200Km de estrada até Florença, onde deve ficar 3 noites para conhecer a cidade
e o entorno.
A oferta de hospedagem é bem ampla, mas indico o Bernini
Palace Hotel (
http://berninipalace.hotelinfirenze.com),
que fica bem em frente ao Palazzo Vecchio, a dois passos do Piazza della
Signoria, da Ponte Vecchio, da Accademia, da Galleria degli Uffizi e do Duomo,
que são as principais atrações da cidade.
Só o edifício onde está localizado o Bernini já é uma
viagem. O edifício é uma antiga residência fidalga, hoje transformada num hotel
4 estrelas, com conforto de 5 e preços razoáveis. Se achar caro demais, vá para
o Baglioni, tradicional hotel de Florença, um pouco mais em conta (se ficar nos
apartamentos piores, é claro) e em cujo terraço fica um delicioso restaurante
com vista para toda a cidade.
Aproveite que vai ficar 3 noites em Florença e tire a tarde
do primeiro dia, depois de fazer o check-in no hotel, para caminhar pela
cidade. Vai conseguir um mapa da cidade na recepção do hotel (isso também vale
para as outras cidades). Passe pela Ponte Vecchio (
http://en.wikipedia.org/wiki/Ponte_Vecchio),
que desde épocas medievais reúne alguns dos principais joalheiros da cidade, visite
o Duomo (
http://en.wikipedia.org/wiki/Florence_Cathedral),
edifício de grande beleza, concluído em torno do ano de 1436 e em cujo
batistério são realizados espetáculos de musica clássica todas as noites.
Aliás, esse é outro programa imperdível.
Nos dias seguintes, no horário que você achar mais
conveniente (melhor sempre logo na abertura, para evitar filas, ou em qualquer
horário, desde que compre o ingresso com antecedência), visite a Galleria degli
Uffizi e a Accademia (
www.florence-museum.com/?gclid=CP-cx6j8u7QCFQGvnQodg1YATg).
Se no primeiro você vai ter a chande de ver uma Madonna de Michelangelo e a
Anunciação de Leonardo Da Vinci (além de outras obras do gênio multifacetado),
na segunda você verá o original do David, de Michelangelo, outra obra prima do
mestre florentino.
Ao longo da permanência em Florença, tire um meio dia para
visitar Pisa, que se encontra a poucos quilômetros de distância e onde fica a
célebre torre inclinada, de onde Galileu fazia seus experimentos. A Igreja e o
batistério, que fazem parte do conjunto arquitetônico, também são dignos de
apreciação (
www.opapisa.it/it/la-piazza-dei-miracoli/torre-pendente/larchitettura.html).
Outro passeio que vale à pena na região é a cidade de Vinci
(
www.toscanaviva.com/Vinci),
onde ainda pode ser visitada a casa onde nasceu Leonardo. O Caminho até lá
passa por campos de oliveira de grande beleza e inspiração.
Antes de prosseguir para o Vêneto, região italiana cuja
capital é Veneza, te deixo dois dias livre e, portanto, os dias décimo terceiro
e décimo quarto da viagem para incluir algo no programa, como uma rápida
passagem a Lucca, a San Geminiano e Volterra, todas na Toscana.
Seu décimo quinto dia, segundo minha sugestão, deve ser
usado para chegar a Verona (230Km), com rápida passagem por Modena (150Km),
onde poderá visitar o Museu da Ferrari, com direito a umas voltinhas numa das
versões do possante vermelho na pista de Fiorano (
http://museo.ferrari.com/it).
Como já está chegando ao final da viagem, sugiro dormir
apenas uma noite em Verona e um hotel bastante agradável e de preço acessível é
o Best Western Hotel Firenze (
http://book.bestwestern.it/EN/hotel_in_Verona_98068.aspx),
que fica no Corso de Porta Nuova, a poucos metros do centro antigo de Verona.
E o que fazer em Verona, a cidade dos amantes, terra de
Romeu e Julieta? Bem, na verdade, Romeu e Julieta viveram em Verona somente na
versão da história escrita por Shakespeare, pois as verdadeiras famílias
Montecchio e Capuleto viviam não muito longe dali, na cidade de Montecchio
Maggiore.
É em Verona, porém, que a história foi eternizada e,
caminhando pelo Corso di Porta Nuova, logo depois de passar pelo arco que dá na
Piazza Bra, a praça onde fica a arena romana, vire e encontrará no lado direito
do arco, numa placa gravada em mármore, um trecho do romance do célebre autor
inglês, que mais ou menos diz o seguinte: Não existe vida fora dos muros de
Verona, mas purgatório, tortura e o próprio inferno.
De fato, ao ingressar na Piazza Bra, o visitante é levado
para um outro mundo e o primeiro impacto é a amplidão da praça coroada pela
grande arena. Trata-se de uma das arenas de época romana mais bem conservadas do
mundo e palco de grandes espetáculos de música lírica no verão europeu. Aliás,
é impossível pensar na encenação da Aida, de Verdi, que não seja na Arena de
Verona. Essa sim, ao contrário do Coliseu, vale à pena ter seu interior
visitado, pois não sofreu as depredações que o Coliseu sofreu.
Abro aqui um parênteses para falar do Coliseu novamente: tem
esse nome, pois no lugar em que foi construído, após o grande incêndio que
tomou conta de Roma no início do era cristã, Nero fez erguer uma estátua em
homenagem a ele mesmo, que ficou para a história como Colosso de Nero. Claro
que, depois que o imperador morreu, foi tudo para o chão, assim como a sua
Domus Aurea, cujas fundações é possível visitar.
Tornando a Verona, após visitar a Arena, pegue a Via
Mazzini, que é a Oscar Freire da cidade, e siga-a até o final. Vai desembocar
numa rua, com a possibilidade de virar à esquerda, ou à direita. Se for à
direita, vai acabar passando em frente da Casa di Giulietta. É coisa para
turista ver e apaixonados deixarem suas mensagens gravadas nos muros do
edifício, de época medieval. No pátio interno, verá uma estátua de bronze da Julieta
e se notar bem, verá que um dos seios é mais brilhante do que o outro. Isso
porque dizem que dá sorte passar a mão no peito da Julieta!
Se quiser entrar na casa, pode valer à pena para ver como é
uma residência medieval. Vou avisando, porém, que não tem nada dentro.
Simplesmente subirá até o balcão de onde Julieta declarou seu amor a Romeu e
vice-versa (Ah, Romeu, meu Romeu, diga que me amas e não serei mais Capuleto e
nem tu Montecchio, mas apenas Julieta e tu Romeu, meu Romeu).
Bem, voltando para o lado esquerdo da rua da Casa di
Giulietta, se seguir até o final, chegará à Piazza delle Erbe. Trata-se do
local mais antigo de Verona e onde se localizava o Fórum Romano. Com o tempo os
edifícios romanos deram lugar àqueles medievais. O local abriga uma feira livre
de ervas, artesanatos e suvenires e também um fonte, construída em 1300 pelo
último descendente da família que dominava a cidade e que dá nome a vários
edifícios locais, como o castelo e anexa ponte. A estátua tem o corpo de uma
estátua romana, que provavelmente decorava os edifícios romanos locais, mas a
cabeça e os braços, então faltantes, são de 1300. De certa forma, simboliza a
cidade, que também possui bases romanas e seu esplendor construído na época medieval.
Da Piazza delle Erbe, siga em direção ao rio (chama-se
Adige) que, sem muito esforço, encontrará a Ponte Romana (pode imaginar uma
ponte que ainda é usada depois de 2 mil anos?) e, do outro lado, o anfiteatro
romano.
O anfiteatro ainda é usado para espetáculos durante o verão,
particularmente de balé. Possui acústica perfeita e uma vista espetacular da
cidade. Aliás, perder um pouco de tempo observando as águas do Adige passarem
por debaixo da Ponte Pietra (ponte romana) é algo que fica marcado na memória.
Depois desse passeio, volte para o hotel, descanse um pouco
e saia para jantar. Eu recomendo a Trattoria Tre Marchetti (
www.tremarchetti.it), que fica a dois
passos da arena. O local é agradável e, durante a temporada de musica lírica,
recebe personagens de grande fama, como José Carrera ou Placido Domingos.
Lembre-se de reservar antes para não encontrar o salão lotado.
Depois de um belo jantar, regado a um bom vinho, nada melhor
que uma caminhada para fazer digestão. Nesse caso, volte à Piazza Bra e, antes
de cruzar o arco em direção ao hotel, vire na rua à direita. Siga essa rua até
o final e cairá em frente ao Castel Vecchio, antiga residência scaligera.
Atravesse a rua em direção ao Castelo caminhe um pouco à esquerda e cruze a
ponte. A luz alaranjada e o silêncio da noite (pode ficar sossegado, que o
risco de ser assaltado é mínimo!) farão você retornar no tempo.
Se o programa em Verona rendeu bem, você deverá estar deixando
a cidade pouco antes da hora do almoço, depois de um régio café. Caso negativo,
estenda sua permanência um pouquinho mais para ver tudo o que foi indicado nos
parágrafos anteriores. Não vai ser por causa de algumas horas que você vai
deixar de ver edifícios e paisagens que dificilmente voltará para visitar.
Deixando Verona, siga em direção a Veneza, mas com tempo
suficiente para uma paradinha técnica em Vicenza (
www.vicenza.com/temi/conosci_vicenza/monumenti/index.php).
Vai passar por ela de qualquer modo, pois a estrada que liga Verona a Venza
(A4) passa por Vicenza, cidade que deve muitos de seus edifícios a um gênio da
arquitetura dos anos 1500, Andrea Palladio. Entre suas obras mais
significativas, coloco a Rotonda, casa com as quatro fachadas iguais e que
serviu de inspiração para o projeto da Casa Branca, e o Teatro Olímpico,
localizado no centro da cidade e cuja visão fica eternamente marcada na
memória.
Se tudo estiver dentro do planejado, você estará chegando a
Veneza na noite do 16° dia de permanência na Itália e não terá tempo de fazer
nada além de dar entrada no hotel, comer algo e dormir um pouco.
Eu sugiro ficar hospedado no Hotel Firenze (
www.hotel-firenze.com), que fica
realmente a dois passos da Piazza San Marco e tem um preço bem em conta. É simplesinho,
mas suficiente. Claro que, se preferir algo faustoso, o Danieli (
www.danielihotelvenice.com), onde
ficam hospedados de Bill Clinton a Brad Pitt, é um sério candidato. Nesse caso,
prepare o bolso, pois vai gastar um bocado. Em qualquer caso, se estiver de
carro, vai ter que deixá-lo num estacionamento, pois em Veneza, para se
locomover deve usar os pés, ou um barco (ou gôndola). Prepare-se para ficar na
cidade pelo menos 2 noites.
Use essa primeira noite em Veneza para, como nas outras
cidades, se perder (literalmente), por suas ruelas. Pare em alguma osteria, ou
trattoria que te agradar e como algo. Existem menus turísticos, com entrada,
prato principal, segundo prato e sobremesa com valores bem em conta e nem por
isso deixam de ser bons.
Depois do jantar, noite adentro, caminhe pela praça San
Marco e deixe-se envolver pela atmosfera do local que, a certa hora fica
encoberta pela bruma que vem do mar, iluminada por lampiões de longa data e com
o silêncio rompido apenas por seus passos sobre as pedras do calçamento. EU
considero essa praça, sobretudo à noite, um dos lugares mais bonitos do mundo.
O décimo sétimo dia vai ser intenso e começa por uma visita
à Igreja de São Marcos (
www.basilicasanmarco.it).
Note os cavalos que estão colocados no alto da porta principal. São réplicas de
originais que pode ver dentro, na sala do tesouro. Os originais foram trazidos
de Istambul, onde decoravam o hipódromo. Os responsáveis por isso foram os
cruzados que vendo as estátuas de bronze brilhando, tomaram-nas como sendo de
ouro e as levaram como espólio de guerra.
A igreja é belíssima, adornada com o que há de melhor na
arte bizantina. Note a riqueza dos mosaicos e, se tiver afim de visitar a sala
do tesouro, fique com a boca aberta ao se deparar com a Pala D’Oro, uma
espetacular obra sacra, colocada imediatamente atrás do altar da igreja e feita
em ouro, prata e pedras preciosas. Claro que para ver isso, tem que pagar (o
ingresso à igreja é gratuito, naturalmente).
Saindo da igreja, o próximo programa é uma visita ao Palácio
Ducal, ou Palácio dos Doges (
http://palazzoducale.visitmuve.it),
antigos administradores da República Marítima de Veneza. O ingresso, que também
dá direito a visitar o Palácio Real, que se encontra do outro lado da praça, dá
acesso a um conjunto de salas ricamente adornadas com pinturas do mestre
veneziano Tintoretto, mas também à famosa Ponte dos Suspiros, que leva esse nome,
pois é dava aos condenados a chance de ver pela última vez a luz do sol, já que
imediatamente depois vêm as masmorras, de onde o cidadão saía somente morto.
Um belo material de estudos para conhecer Veneza é a mini
série encenada por Ken Marshall e que fala sobre a vida de Marco Polo.
Outro programa imperdível em Veneza é um passeio pelo Canal
Grande, o que pode ser feito num dos vaporeto, espécie de balsa-ônibus local. Nesse
canal, encontram-se algumas das mais belas residências do cidade, hoje,
praticamente todas transformadas em museus ou locais da pública administração
(alguns ainda permanecem nas mãos de famílias nobres). Pare na Ponte Rialto e caminhe
por ela. Vai notar alguma semelhança com a Ponte Vecchio, de Florença.
Para o programa da noite, aqui vai uma opção que deve
agradar: concerto na Scuola Grande San Rocco (
www.scuolagrandesanrocco.it), outro
edifício decorado com obras do grande Tintoretto, seguido de jantar no
Restaurante La Fenice (
www.ristorantelafenice.it),
localizado ao lado da Opera La Fenice (se preferir, pode assistir a um
espetáculo na Opera).
Conheci esses locais por acaso. Enquanto caminhava com dois
amigos, ouvi a música vinda de um edifício renascentista e resolvi entrar. Fui
brindado com um inesquecível espetáculo, num ambiente decorado por telas do
mestre veneziano, ao som de músicas de Vivaldi, outro talento local, tocadas
por um quarteto que até cravo original da época tinha. Como o Restaurante fica
ao lado, acabei entrando com esses amigos e terminei a noite com outra bela
surpresa.
Outra boa opção de restaurante, mas com preços muito, mas muito
mais altos é o Harry’s Bar (
www.cipriani.com),
que fica nos arredores da San Marco. Vale á pena a experiência ...
No décimo oitavo dia, já no final da viagem, pegue o carro e
suba a montanha, sempre pela A4, até Misurina (
http://en.wikipedia.org/wiki/Lake_Misurina).
Com o lago congelado ou não, o local é de ficar com o queixo caído. Passe a
noite ali e empregue o dia caminhando pelas dolomitas. Para se hospedar, a
melhor opção, pela localização na beira do lago, é o Grand Hotel Misurina (
www.grandhotelmisurina.it).
No seu décimo nono dia, não tem jeito, tem que pegar o carro
e seguir direto para Milão. São quase cinco horas de estrada, que podem ser
interrompidas por uma parada estratégica em Sirmione (
www.sirmione.com/english.htm),
cidade à beira do Lago de Garda e que Maria Callas escolheu para viver seus
últimos dias. Para por lá, como algo, estique as pernas e prossiga para chegar
em Milão antes da noite chegar.
E onde ficar em Milão? Bem, eu recomendo o Hotel Palazzo
Stelline (
www.hotelpalazzostelline.it/it/index.htm),
localizado num antigo orfanato para meninas, carinhosamente chamadas de
estrelinhas. O preço é bom e a localização é boa caso deseje se desfazer do
carro e de lá seguir de trem (Estação Milano Cadorna) até o aeroporto de
Malpensa, de onde provavelmente pegará o vôo de retorno para o Brasil (compre o
bilhete com antecedência pelo site
www.malpensaexpress.it).
Além do mais, fica bem em frente à Igreja de Santa Maria delle Grazie, em cujo refeitório
fica a famosa Última Ceia, de Leonardo a Vinci. Para visitá-la,
independentemente de estar perto, ou não, reserve os ingressos com
antecedência, pois só um pequeno número de pessoas pode acessar o local a cada
dia (
www.tickitaly.com/galleries/davinci-last-supper.php).
Além da Última Ceia, pintada por Leonardo na sua longa
permanência em Milão, sob a proteção do Duque Ludovico Sforza, são obrigatórias
visitas ao Duomo, ao Castello Sforza (ou Sforzesco) e à Galleria Vittorio
Emanuele, aquele que disse ser muito semelhante à de Nápoles.

O Duomo (
www.duomomilano.it),
ou catedral, é um dos exemplos máximos da arquitetura gótica, comparável
somente à Notre Dame de Paris, ou a Catedral de Chatres. Começou a ser
construído em torno do ano de 1300 e, aos longo dos séculos, passou por
diversas modificações até chegar à estrutura atual. Se desejar, pode subir até
seu telhado, de onde tem uma vista privilegiada da Madonnina (Nossa Senhora de
Milão) e de toda a cidade.
Quanto as Castello Sforzesco (
www.milanocastello.it/ita/home.html),
tão antigo quanto o Duomo, já serviu de morada para as diversas famílias que
dominaram Milão e até mesmo como caserna, durante o período napoleônico. Durante
a segunda guerra foi seriamente abalado e as autoridades pensaram seriamente em
demoli-lo completamente. Entretanto, optaram pela restauração que, entretanto,
eliminou algumas características de uma fortaleza, trazendo mais praticidade e
aproximando-o mais de um castelo de contos de fada.
Se não errei nas contas, a essa altura você já está de malas
prontas para retornar ao Brasil. Entretanto, caso ainda tenha mais uma noite em
Milão, vá jantar no meu restaurante preferido, que é o Bice (
www.bicemilano.it). Vale sempre a mesma
dica de qualquer outro restaurante, ou seja, que deve reservar com
antecedência.
Outra opção de local, mas muito mais caro, é o Boeucc (
www.boeucc.it/boeucc), que figura entre
os restaurantes mais antigos do mundo ainda em atividade.
Num caso ou n’outro, aproveite, depois do jantar, para
caminhar pela Monte Napoleone, Santo Spirito e Sant’Andrea, cujas vitrines são
inspiradoras, mas totalmente seguras àquela hora para quem não queira gastar
com produtos de algumas das principais grifes italianas.
Chegamos ao ponto final desta história. Espero que meu
roteiro te ajude a fazer uma boa viagem!