sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

DESTINO: Itália


Não importa se o destino é a Itália ou uma cidade do litoral do nordeste, a palavra de ordem quando se pensa em tirar aquelas tão sonhadas férias é planejamento, que já começa com a escolha de uma boa companhia aérea e na categoria mais confortável que o bolso pode pagar.

Comprando os bilhetes com antecedência, é possível conseguir bons preços, além de parcelar o pagamento em diversas vezes (sem juros!), o que acaba diluindo o investimento ao longo dos meses que antecedem a viagem. A TAM, por exemplo, está com promoções ótimas para bilhetes adquiridos até o dia 31 de dezembro. Ida e volta em executiva para Milão, com saída em meados de junho e permanência de 3 semanas, está custando cerca de R$ 10.500. Já se for em econômica, o preço cai para R$ 3.500. Claro que o ideal é comprar um bilhete em econômica e pedir um upgrade para a executiva. Melhor panorama ainda é aquele em que os bilhetes podem ser trocados totalmente por pontos e isso requer,dependendo da companhia aérea, de 2 a 3 meses de antecedência.

Bem, se seu destino é a Itália, independentemente da companhia aérea que for utilizar, sugiro que comece a viagem por Roma e depois vá subindo, de carro, para terminar em Milão, de onde a maioria dos voos intercontinentais parte.

Você chega em Roma, mas sua viagem não começa propriamente em Roma. Vai apenas fazer uma parada técnica, pois depois de mais de 12 horas de viagem, vai querer se refrescar, trocar de roupa e, aí sim, começar a viagem. Aproveite essas poucas horas em solo romano para se refazer, alugar um carro e fazer um reconhecimento do terreno.

Para essa primeira noite, sugiro um hotel perto do aeroporto, de fácil acesso às rodovias e também ao centro da cidade. Isso tudo parece difícil de encontrar, mas não é. Existem vários hotéis ao longo da Cristoforo Colombo, uma das principais avenidas da cidade, que liga o centro ao mar ( o Aeroporto Internacional de Fiumicino, na verdade, não fica em Roma, mas na cidade de Fiumicino, antigo porto romano), onde você pode passar a primeira noite em Roma. Eu recomendo o Sheraton Roma Hotel & Conference Center (Viale Pattinaggio, 100), cuja diária, com café da manhã (ótimo!), em apartamento duplo (alguns novos, outros nem tanto ...), sai por 153 euros. Para chegar lá, de Fiumicino, só de taxi (deixe para pegar o carro no dia seguinte, pois não vai usar carro em Roma), mas como a distância não é grande, não vai gastar mais do que uns 30 euros. Se já preferir ir motorizado, fique tranquilo, que o hotel tem estacionamento (mas deixe o carro lá, pois ir ao centro de Roma de carro é impossível, já que a cidade não foi feita para a circulação de carros e menos ainda para eles pararem).

O valor das corridas de taxi podem ser verificados no site http://rome.taxi-airports-transfer.com enquanto que o aluguel de carros pode ser feito em diversas locadoras, quase todas com escritórios na saída do aeroporto. Eu costumo usar a Europcar (www.europcar.pt), mas se preferir Avis, ou Localiza, ficam todas uma ao lado da outra.
O custo do aluguel do carro depende, naturalmente, do tamanho do carro e do período de uso (quanto maior o número de dias, menor a diária). Eu sugiro um Classe A, ou uma Lancia Y, que possuem porta-malas suficientes para 2 malas grandes e (talvez) 2 pequenas. O preço é razoável, são econômicos e fáceis de dirigir. Em qualquer caso, um GPS é condição sine-qua-non para encarar as estradas.
Falando em estradas, não se estresse com trocados para pagar os pedágios, pois todos eles (pelo menos todos os que já usei e não foram poucos), aceitam cartão de crédito. É tudo automático. Você pega o bilhete quando acessa a rodovia e, como se tivesse saindo do estacionamento de um shopping, quando deixar a rodovia ao chegar no seu destino, insere o bilhete no local indicado, depois o cartão de crédito e já tem a despesa debitada. Se quiser um recibo, é só responder sim para a máquina, mas como isso vai ser difícil de entender, já fique contente de ter pagado tudo sem formar uma fila quilométrica atrás de você. Na dúvida, entre na fila do pedágio atendida por uma pessoa (eu prefiro a máquina ...).
Bem, de banho tomado, pegue o ônibus do hotel (o bilhete você pega na recepção e paga somente no check-out) e desça no centro (na verdade, ele para nas imediações do Teatro di Marcello) e, de lá, siga explorando a parte romana de Roma (sendo uma cidade milenar, Roma possui vários percursos a serem visitados). Siga pela Via del Teatro di Marcello em direção à Via dei Fori Imperiali, percorra-a até o final, contorne o Coliseu (em Italiano, Colosseo), siga pela Via Celio Vibenna e depois pela San Gregorio, para virar na Via del Circo Massimo, que você vai percorrer até chegar no rio, passar em frente à Ilha (isola) Tiberina, para entrar na Via del Foro Olitorio e retornar ao local onde o ônibus do hotel passa (se quiser, também pode voltar de metrô, mas vai ter que caminhar um pouquinho, pois a estação mais próxima do hotel, não fica propriamente perto do hotel e caminhar à noite naquela região não é muito bom).

Se quiser, quando retornar a Roma, depois de ter descido a Nápoles, Pompéia e Amalfi, pode entrar em alguma atração que tiver chamado mais atenção. Eu dispensaria caminhar pelos Fóruns Imperiais (www.capitolium.org), ou entrar no Coliseu (www.il-colosseo.it). Dependendo do seu gosto, porém, pode valer à pena uma visita aos Museus Capitolinos (www.museicapitolini.org), de onde você tem uma bela vista dos Fóruns.

Com jet-leg e tudo mais, melhor voltar para o hotel cedo, comer algo no bar da piscina, dormir bem e começar ao dia, depois de um café bem reforçado, com muita disposição.

Se já tiver alugado o carro, carregue as malas e parta em direção a Nápoles, que fica a 228Km do Sheraton, seguindo pela A1. Eu nunca me hospedei num hotel em Nápoles (somente uma vez, mas prefiro riscar aquilo da minha memória), onde normalmente fico com amigos, mas um hotel que parece ser bom (pelo menos é bem recomendado entre os internautas) é o Hotel Tiempo (www.hoteltiempo.it). Fica bem localizado (perto do metrô), não muito longe do acesso à rodovia, além de custar cerca de 100 euros por noite para duas pessoas.

Se o hotel for bom, fique duas noites, pois vai precisar disso para conhecer um pouco de Nápoles (lembra um pouco Salvador, ou seja, abra os olhos!), visitar Pompéia (ou Ercolano) e Capri.

Em Nápoles, há cinco coisas que recomendo visitar: o Palácio Real (http://palazzorealenapoli.beniculturali.it), a Via San Gregorio Armeno (http://it.wikipedia.org/wiki/Via_San_Gregorio_Armeno), a Cappella Sansevero (www.museosansevero.it), a Galleria Umberto I (http://en.wikipedia.org/wiki/Galleria_Umberto_I) e o Parco di Capodimonte (www.boscodicapodimonte.it).

O Palácio Real é uma das 3 residências oficiais do Reino das Duas Sicílias. Não é a mais faustosa. Esse título é da residência de Caserta (cidade que fica no caminho entre Roma e Nápoles) e que, segundo alguns, é mais bonita que Versalles. De qualquer modo, é interessante do ponto de vista arquitetônico e também por conta de algumas peças expostas.

A Via San Gregorio Armeno é muito característica, tanto do ponto de vista arquitetônico (as coisas ali estão meio caídas, mas num país com mais de 2 mil anos, o que não está?) e social. Além disso, reúne um grande número de ateliês onde são fabricados (e vendidos!) os famosos presépios napolitanos, cujo representante máximo, no Brasil, foi trazido por Ciccillo Matarazzo e hoje está custodiado no Museu de Arte Sacra de São Paulo. Lá você encontra desde peças apenas bonitinhas até verdadeiras obras de arte, feitas em papel machê.

Nas imediações da San Gregorio Armeno, é impossível de deixar de visitar a Igreja, hoje museu, de Sansevero. O prédio, em si, não tem nada de mais. Entretanto, ele custodia uma das mais belas esculturas que já vi em minha vida e que põem no chinelo obras de Fidias, grande artista grego, ou mesmo de Bernini, um dos maiores escultores de todos os tempos (não me atrevo a incluir Michelangelo na comparação, pois o conjunto de suas obras não tem igual). Trata-se do Cristo Velato, realizada por Giuseppe Sanmartino em 1753. Não há nada no mundo que se iguale a essa obra em mármore de Carrara, que representa o corpo de Cristo deposto da cruz, coberto por um véu, que parece ter sido colocado sobre a estátua, dada sua sutileza, muito embora seja parte dela e, portanto, também de mármore.

A essa altura, já com fome, sugiro um passeio pela Galleria Umberto I, fantástica obra em estilo Liberty, muito semelhante a outra, localizada em Milão, chamada Vittorio Emanuele II. O ambiente é agradável, construído em ferro e com grande quantidade de vitrais e mosaicos, típicos da época. Possui de lojas de grife e livrarias, além de alguns bares onde poderá degustar um lanche rápido, ou uma genuína pizza Margherita, criada em Nápoles para homenagear a Rainha Margherita.

Se o tempo estiver bom, aproveite a parte da tarde para caminhar pelos Jardins de Capodimonte, sede da terceira residência oficial dos Reis das Duas Sicílias. Somente os jardins já valem uma visita ao local, mas se tiver ânimo, pode visitar pelo menos parte do Palácio, que reúne uma das mais importantes coleções de arte do mundo, com obras de El Greco, Goya e Botticelli, para citar apenas alguns.

Se já quiser levar lembranças de viagem, as porcelanas de Capodimonte são famosas em todo o mundo, embora hoje em dia, com a concorrência chinesa, os artesãos que ainda fazem esse tipo de obra de arte são bem poucos. O maço de flores é pequeno, custa pouco e é bem característico!

Encerre o dia num restaurante especializado em frutos do mar, outra especialidade da cozinha local, além, é claro, dos chamados pratos da dieta mediterrânea, tidos como os mais saudáveis no mundo. Descanse bem, pois o dia seguinte vai ser de longas caminhadas.

O segundo dia na Região da Campanha será dedicado prioritariamente a uma visita às escavações da antiga cidade de Pompéia (www.pompei.it/categoria/scavi.htm), cidade que desapareceu do mapa após a erupção do Vesúvio, vulcão ativo até os dias de hoje, embora atualmente esteja adormecido. Foi no ano de 79 da era cristã que a grande erupção aniquilou Pompeia, cobrindo-a por uma camada de cinzas que asfixiou e depois mumificou seus habitantes, cujos corpos foram encontrados exatamente como estavam protegendo-se das cinzas, no dia da grande catástrofe. Além disso, as cinzas também protegeram os fantásticos afrescos das vilas romanas (Pompéia, além de importante porto, era uma cidade de veraneio das classes romanas mais abastadas), bem como teatros, casas de banho (note as rugosidades construídas no teto abalroado dos banhos quentes, feitas para coletar o vapor condensado e recolhe-lho em canaletas subterrâneas, que são um verdadeiro prenúncio dos edifícios verdes).

Pegue um guia na porta do parque. Pode visitar tudo sozinho, apenas com a planta do local, mas com o guia vai poder entrar em algumas casas belíssimas, fechadas para o público normal. Vale à pena o investimento.

Se tiver ânimo, suba até a cratera do vulcão (www.vesuviopark.it), mas já vou avisando que tem que estar com as pernas bem condicionadas, pois além de longo, o percurso é feito num terreno escorregadio, coberto por pedregulhos de lava solidificada. De qualquer forma, vale à pena. A paisagem é lunar, totalmente diferente do que já viu.

O terceiro dia na Campanha deve ser dedicado à ilha de Capri (www.capritourism.com), joia do Mediterrâneo e sede da casa de Veraneio do Imperador Tibério, herdeiro de Augusto e segundo imperador romano. Ainda existem vestígios da sua antiga mansão que, por meio de uma escadaria subterrânea, comunicava-se à piscina particular, que nada mais era do que a famosa Gruta Azul.

Bem, você chega a Capri através dos aliscafos, barcos super-rápidos, que saem de diversos pontos do Golfo de Nápoles, inclusive do próprio porto de Nápoles, ou de Sorrento, outra cidadezinha interessante, primeira da Costa Amalfitana, mas que vai ter que deixar para outra ocasião, a menos que queira sacrificar algum destino mais adiante, do período total de permanência na Itália.

A visita a Capri pode ser feita em menos de um dia e de lá prosseguir para Roma, no final da tarde. Também pode valer à pena uma noite ali e prosseguir a viagem no dia seguinte, já descansado, depois de uma noite bem dormida num bom hotel e um café da manhã de rei. O Villa Marina Capri Hotel (www.villamarinacapri.com) é um dos melhores da ilha.

A ilha em si, que é dividida em Capri e Anacapri (parte mais alta) já é um show. Perca-se caminhando entre suas ruelas, eventualmente visite as escavações da Villa de Tibério, não deixe de passar em frente aos Faraglioni (formações rochosas que lembram um portal) e, naturalmente, não economize uma visita à Gruta Azul (www.youtube.com/watch?v=JcJCh-8FDS4). Confesso que o azul do mar da gruta é igual ao azul do entorno da ilha. De qualquer modo, é uma experiência que não se pode deixar de viver. Melhor se for no final do dia, quando os barqueiros, se bem retribuídos, podem te deixar dar um mergulho no local. Caso contrário, vai entrar, dar uma volta na gruta e sair (e não custa pouco ...).

Ah, já ia me esquecendo: não deixe de tomar um Limoncello, licor de limão típico da região e que pode ser um bom suvenir para os amigos (vendem garrafas com 30ml, que são simpáticas e igualmente boas, como as grandes). Outra boa lembrança local são os perfumes, cujas fragrâncias estão entre as mais antigas do mundo (www.carthusia.it).

Se dormiu em Capri, sua viagem de volta a Roma e quinto dia de permanência na Itália começa depois do café da manhã e, dependendo da hora em que pegar o barco de bolta para a continente, vai chegar em Roma no começo da tarde. Caso tenha preferido retornar a Roma depois de uma rápida visita a Capri, deve ter chegar no seu hotel já noite adentro. Tanto num caso, como no outro, sobretudo porque vai estar de carro (que vai ter ficado em Nápoles, pois ir de carro a Capri é pedir para sofrer), sugiro que permaneça no mesmo hotel da primeira noite. Entretanto, se preferir abolir o carro (vai ficar parado a maior parte do tempo) e fazer os deslocamentos maiores de trem (não é má ideia se conseguir viajar com pouca bagagem, algo 100% recomendável).

Caso esteja sem carro e deseje ficar mais no centro de Roma, sugiro hospedar-se no Hotel Sant’Angelo (www.hotelsa.it) que fica a dois passos da praça Cavour (terminal de vários ônibus que circulam por Roma), a pouca distância do Vaticano e do Castel Sant’Angelo. É bem simples, mas limpo e cômodo para os deslocamentos que terá de fazer nos dias seguintes. Sugiro ficar pelo menos 2 noites ali (ou no Sheraton, hotel da primeira noite em Roma).

Há tanta coisa para ver em Roma que, como dizem alguns amantes da cidade, uma vida apenas não basta. Portanto, vou indicar aqui apenas as coisas principais, que não deve deixar de ver.

Se chegar em Roma no meio do quinto dia e se ficar hospedado no Hotel Sant’Angelo, depois de descarregar as malas, comece sua exploração da cidade caminhando poucos passos até o o Rio Tevere, caminhe em direção ao Castelo Sant’Angelo (originalmente tumba do Imperador Adriano, depois transformado em forte e, atualmente, museu bélico, com armaduras e tudo mais), siga pela via da Conciliazione e prossiga em direção à Basílica de São Pedro que, oficialmente, depois do tratado de Latrão, faz parte do Estado do Vasticano, com selos e passaporte próprios.

Se entrar no Castelo Sant’Angelo pode ser uma bobagem (os anjos ao longo da via representam os anjos que, se não me falha a memória, o Papa Clemente IX teria visto numa certa ocasião), entrar na Basílica de São Pedro é mandatório. É grande, cheia de rococó e tudo mais que você a queira chamar. Talvez por isso mesmo impressione. Note o pé da estátua de bronze de São Pedro como está (os fieis passam a mão para se benzerem e, ao longo dos anos, chegaram a consumir boa parte do bronze). Logo na entrada, depois de passar por uma das portas laterais (a porta central abre somente a cada 100 anos), à sua direita, toda iluminada por flashs de japoneses enlouquecidos, encontrará a primeira grande obra dessa igreja, que é a Pietá di Michelangelo.

As obras de Michelangelo são de ficar com o queixo caído e ali mesmo, no Vaticano, terá a oportunidade de ver duas de suas obras mais famosas (a outra são os afrescos da Capela Sistina, cujo acesso se dá pelo Museu do Vaticano). Note a expressão de dor de Maria, carregando em seu colo seu filho Jesus, apenas deposto da cruz.

Continue caminhando um pouco mais e chegará ao altar principal, protegido por 4 colunas retorcidas, que lembram o templo de Salomão e projetada por Bernini, outro grande nome das artes do renascimento. Se tiver a sorte de pegar a luz do sol descendo pela cúpula, por entre as colunas, vai ver um espetáculo de grande beleza, assim como o vitral que representa o espírito santo, coroando o altar.

Dentro da Basílica há um acesso aos tesouros do Vaticano, com prataria e relicários de todos os tipos. Eu visitei numa das minhas idas à São Pedro e afirmo que não é nada de tão impressionante, a menos que seja apaixonado por arte sacra.

Saindo da Basílica, dependendo da hora, pode dar tempo de fazer uma rápida visita ao Museu do Vaticano. Na verdade, precisaria de um dia inteiro para visitar o museu como se deve, mas como o objetivo aqui é visitar a Capela Sistina e mais alguma coisa (a biblioteca, por exemplo, é bem interessante), um fim de tarde pode ser suficiente, desde que a fila para comprar o ingresso não seja grande demais. O acesso se dá, olhando a Basílica de frente, pela rua lateral direta, margeando o muro do edifício.

Ah, antes que me esqueça novamente, nunca, jamais, programe um dia de visitas que inclua igrejas vestido com bermudas ou regatas, pois não vai entrar. Nem as pernas e nem os ombros podem ficar à vista. Também desaconselho levar bolsas ou mochilas, pois terão que ser deixadas no guarda-volumes, localizado do lado direito da Basílica.

Já está na hora de descansar um pouco para o último programa do dia, que é um jantar no ultra-famoso Il Vero Alfredo (www.alfredo-roma.it), a poucos passos o Hotel Cavour, do outro lado do Rio e bem em frente ao Mausoléu de Augusto. É turístico e um pouquinho caro, mas é o tipo de coisa que a gente não pode se privar, depois de uma viagem tão longa. Atualmente administrado pelos sobrinhos do fundador, Alfredo e Ines, o local está em atividade desde 1950 e faz parte das lojas históricas de excelência de Roma (www.negozistoricieccellenza.it). Dica: reserve!

Se a viagem estiver correndo dentro do previsto, você deverá dedicar seu sexto dia de visita para ver tudo o que for possível da cidade eterna. Saindo do hotel pegue a Ponte Cavour, siga em direção ao Mausoléu de Augusto e dali, pela Via dei Condotti (que é a Oscar Freire de Roma) vá direto para Piazza di Spagna (tem esse nome porque a Embaixada da Espanha ficava num dos edifícios da praça), onde poderá observar a bela Trinitá dei Monti (subindo a escadaria, em frente à fonte do Barco, de Berinini), diante da qual artistas plásticos desconhecidos expõem suas obras a preços muitas vezes convenientes.

Da Trinità dei Monti, desça até a Fontana di Trevi (não se esqueça de jogar uma moedinha de costas para a Fonte, caso deseje voltar a Roma), bela por si só e eternizada nas cenas de La Dolce Vita, com Marcello Mastroiani e Anita Ekberg. Não viu, veja antes de viajar. Também vale como estudo de viagem o filme Elsa Y Fred, um dos meus preferidos de todos os tempos.

Da Fontana di Trevi, siga até o Pantheon, um dos poucos edifícios romanos totalmente intactos, ainda que transformado (ou por causa disso), em templo católico. Do Pantheon, templo não dedicado a uma divindade específica, siga para a Piazza Navona, uma das mais lindas de Roma.

Na Navona, há três edifícios de interesse: a Embaixada Brasileira, considerado um dos palácios mais belos de Roma, a Fonte dos Rios (Fontana dei Fiumi) e a igreja de Sant’Agnese. A Fonte dos Rios, que homenageia os 4 maiores rios até então conhecidos (Danúbio, Ganges, Nilo e Rio da Prata), foi projetada e construída por Berini, já citado anteriormente e arqui-concorrente (para não dizer inimigo) de Borromini, outro grande escultor-arquiteto da época, que projetou e construiu a igreja de Sant’Angnese, localizada bem em frente à fonte. Repare no hindu que representa o Rio Ganges. Ele protege o rosto como se temesse que a igreja fosse desabar em cima dele. Trata-se de uma provocação de Bernini ao seu concorrente Borromini, que não agradou nem um pouco este último.

Estando na Piazza Navona, pare um pouco para relaxar, tomar algo (um gelato, por exemplo, ou uma bebida gelada). De lá, depois de descansar um pouco os pés, pegue a Vittorio Emanuele, depois a Via dei Fori Imperiali e retorne na região do Coliseu, onde também está localizada a Igreja de San Pietro in Vincoli. O edifício tem esse nome pois dizem que a Rainha Helena, mãe de Constantino, imperador romano que tornou o catolicismo religião oficial do Império, ao colocar lado a lado as correntes (vincoli) que um dia aprisionaram São Pedro, elas se uniram diante de seus olhos. Nessa mesma igreja, jaz outra obra fabulosa de Michelangelo.
Trata-se do Moises, que teria sido agredida no joelho pelo seu próprio autor que, momentaneamente enlouquecido diante de sua obra de absoluta perfeição, tê-la-ia golpeado e pedido que falasse.

Se ainda tiver fôlego e tempo, sugiro visitar as demais três Basílicas de Roma: Santa Maria Maggiore (barroca dos pés à cabeça!), San Giovanni in Laterano e San Paolo Fuor Le Mure.

Se tiver que escolher uma entre as três, escolheria a San Giovanni in Laterano, que se encontra nas proximidades da estação central de trens. O edifício é bonito, mas o que interessa mais é o anexo, dentro do qual está a escadaria do Palácio de Pilatos, trazida de Jerusalém para Roma pela Rainha Helena. Dizem que Jesus subiu essa escadaria e que as manchas de sangue marcadas em seus degraus são do Rei dos Reis.

Bem, depois de um jantar, provavelmente na Praça de Santa Maria Trastevere, numa boa pizzaria local e uma noite de sono, sua permanência em Roma terá terminado, a menos que deseje fazer uma viagem menos corrida e empregar mais algum tempo na cidade e região, para ver algo com maior vagar, ou ver mais algo de seu específico interesse.

A viagem agora prossegue até Assis. A viagem não é muito longo. São cerca de 200Km ou duas horas de carro. A cidade não tem a riqueza arquitetônica de Roma e nem o azul do mar do Golfo de Nápoles. É interessante, porém, por ser cidade natal de Francisco, jovem da rica burguesia local e que, segundo a história, em torno do ano de 1200, depois de ouvir uma mensagem falada pelo crucifixo da Igreja de São Damiano, chamando-o para um trabalho maior que os da vida mundana, inclusas as batalhas cruzadas, largou tudo para cuidar dos pobres. Comprou briga feia com seu pai, um rico comerciante de tecidos, mas ficou para a história como um dos maiores santos da Igreja Católica.

Tudo em Assis gira em torno de São Francisco e também de Santa Clara, jovem de incrível beleza e que resolveu largar tudo e seguir os ensinamentos de Francisco e, mais adiante, criou sua própria ordem, a das clarissas.

Um dos pontos altos da cidade é a Basílica de São Francisco, toda decorada com afrescos de Giotto, cujas obras, para se ter uma ideia, inspiraram de Leonardo a Michelangelo. Infelizmente, boa parte de seus afrescos foram destruídos num grande terremoto que abalou a cidade há alguns anos atrás. Muito, porém, foi restaurado por hábeis mãos, que pacientemente juntaram caco por caco, como num quebra-cabeças.

Também são imperdíveis a Igreja de Santa Clara, a casa de Francisco e, por último, a Porciuncula (http://it.wikipedia.org/wiki/Porziuncola), uma capela em volta da qual foi construída uma imensa Catedral. Fica na parte baixa da cidade, é da época de Francisco e local onde teria morrido. Simplesmente fantástica.

Vale á pena passar uma noite em Assis que, com as luzes das lojas apagadas e com uma iluminação muito suave, faz o visitante retornar no tempo. Uma boa opção de hospedagem (na verdade, a melhor) é o Num Assisi Relais & Spa (www.nunassisi.com), cuja noite sai por cerca de 200 euros para o casal. Com certeza, vai ser uma daquelas hospedagens inesquecíveis.

Se tiver fôlego para prosseguir no dia seguinte, junte as malas e vá para San Marino. Todavia, recomendo duas noites no local, para conhecer não só a parte histórica, mas também os campos da Umbria, suas fazendas e restaurantes.

Se aceitou meu conselho de ficar duas noites em Assis e explorar seus arredores, estará entrando hoje no seu nono dia de permanência na Itália que, como disse anteriormente, deverá ser usado para a viagem à San Marino. São mais cerca de 200 Km de estrada, que valem à pena investir.

San Marino, que oficialmente se chama Sereníssima República de San Marino, com 61Km² é dos menores estados independentes do mundo. É também a mais antiga república do mundo, fundada no ano de 301. Sua constituição promulgada em 1600, também é a mais antiga do mundo. Sua principal atração, na minha opinião, é a Roca Guaita, uma fortaleza cujas fundações dão do décimo século. Vale à pena uma noite ali e um dos melhores hotéis da região é o Grand Hotel Primavera (www.grandhotelprimavera.com), situado a apenas 3,5Km do centro histórico.

Já descansou? Agora faça as malas novamente e siga mais 200Km de estrada até Florença, onde deve ficar 3 noites para conhecer a cidade e o entorno.

A oferta de hospedagem é bem ampla, mas indico o Bernini Palace Hotel (http://berninipalace.hotelinfirenze.com), que fica bem em frente ao Palazzo Vecchio, a dois passos do Piazza della Signoria, da Ponte Vecchio, da Accademia, da Galleria degli Uffizi e do Duomo, que são as principais atrações da cidade.

Só o edifício onde está localizado o Bernini já é uma viagem. O edifício é uma antiga residência fidalga, hoje transformada num hotel 4 estrelas, com conforto de 5 e preços razoáveis. Se achar caro demais, vá para o Baglioni, tradicional hotel de Florença, um pouco mais em conta (se ficar nos apartamentos piores, é claro) e em cujo terraço fica um delicioso restaurante com vista para toda a cidade.

Aproveite que vai ficar 3 noites em Florença e tire a tarde do primeiro dia, depois de fazer o check-in no hotel, para caminhar pela cidade. Vai conseguir um mapa da cidade na recepção do hotel (isso também vale para as outras cidades). Passe pela Ponte Vecchio (http://en.wikipedia.org/wiki/Ponte_Vecchio), que desde épocas medievais reúne alguns dos principais joalheiros da cidade, visite o Duomo (http://en.wikipedia.org/wiki/Florence_Cathedral), edifício de grande beleza, concluído em torno do ano de 1436 e em cujo batistério são realizados espetáculos de musica clássica todas as noites. Aliás, esse é outro programa imperdível.

Nos dias seguintes, no horário que você achar mais conveniente (melhor sempre logo na abertura, para evitar filas, ou em qualquer horário, desde que compre o ingresso com antecedência), visite a Galleria degli Uffizi e a Accademia (www.florence-museum.com/?gclid=CP-cx6j8u7QCFQGvnQodg1YATg). Se no primeiro você vai ter a chande de ver uma Madonna de Michelangelo e a Anunciação de Leonardo Da Vinci (além de outras obras do gênio multifacetado), na segunda você verá o original do David, de Michelangelo, outra obra prima do mestre florentino.

Ao longo da permanência em Florença, tire um meio dia para visitar Pisa, que se encontra a poucos quilômetros de distância e onde fica a célebre torre inclinada, de onde Galileu fazia seus experimentos. A Igreja e o batistério, que fazem parte do conjunto arquitetônico, também são dignos de apreciação (www.opapisa.it/it/la-piazza-dei-miracoli/torre-pendente/larchitettura.html).

Outro passeio que vale à pena na região é a cidade de Vinci (www.toscanaviva.com/Vinci), onde ainda pode ser visitada a casa onde nasceu Leonardo. O Caminho até lá passa por campos de oliveira de grande beleza e inspiração.

Antes de prosseguir para o Vêneto, região italiana cuja capital é Veneza, te deixo dois dias livre e, portanto, os dias décimo terceiro e décimo quarto da viagem para incluir algo no programa, como uma rápida passagem a Lucca, a San Geminiano e Volterra, todas na Toscana.

Seu décimo quinto dia, segundo minha sugestão, deve ser usado para chegar a Verona (230Km), com rápida passagem por Modena (150Km), onde poderá visitar o Museu da Ferrari, com direito a umas voltinhas numa das versões do possante vermelho na pista de Fiorano (http://museo.ferrari.com/it).

Como já está chegando ao final da viagem, sugiro dormir apenas uma noite em Verona e um hotel bastante agradável e de preço acessível é o Best Western Hotel Firenze (http://book.bestwestern.it/EN/hotel_in_Verona_98068.aspx), que fica no Corso de Porta Nuova, a poucos metros do centro antigo de Verona.

E o que fazer em Verona, a cidade dos amantes, terra de Romeu e Julieta? Bem, na verdade, Romeu e Julieta viveram em Verona somente na versão da história escrita por Shakespeare, pois as verdadeiras famílias Montecchio e Capuleto viviam não muito longe dali, na cidade de Montecchio Maggiore.

É em Verona, porém, que a história foi eternizada e, caminhando pelo Corso di Porta Nuova, logo depois de passar pelo arco que dá na Piazza Bra, a praça onde fica a arena romana, vire e encontrará no lado direito do arco, numa placa gravada em mármore, um trecho do romance do célebre autor inglês, que mais ou menos diz o seguinte: Não existe vida fora dos muros de Verona, mas purgatório, tortura e o próprio inferno.

De fato, ao ingressar na Piazza Bra, o visitante é levado para um outro mundo e o primeiro impacto é a amplidão da praça coroada pela grande arena. Trata-se de uma das arenas de época romana mais bem conservadas do mundo e palco de grandes espetáculos de música lírica no verão europeu. Aliás, é impossível pensar na encenação da Aida, de Verdi, que não seja na Arena de Verona. Essa sim, ao contrário do Coliseu, vale à pena ter seu interior visitado, pois não sofreu as depredações que o Coliseu sofreu.

Abro aqui um parênteses para falar do Coliseu novamente: tem esse nome, pois no lugar em que foi construído, após o grande incêndio que tomou conta de Roma no início do era cristã, Nero fez erguer uma estátua em homenagem a ele mesmo, que ficou para a história como Colosso de Nero. Claro que, depois que o imperador morreu, foi tudo para o chão, assim como a sua Domus Aurea, cujas fundações é possível visitar.

Tornando a Verona, após visitar a Arena, pegue a Via Mazzini, que é a Oscar Freire da cidade, e siga-a até o final. Vai desembocar numa rua, com a possibilidade de virar à esquerda, ou à direita. Se for à direita, vai acabar passando em frente da Casa di Giulietta. É coisa para turista ver e apaixonados deixarem suas mensagens gravadas nos muros do edifício, de época medieval. No pátio interno, verá uma estátua de bronze da Julieta e se notar bem, verá que um dos seios é mais brilhante do que o outro. Isso porque dizem que dá sorte passar a mão no peito da Julieta!

Se quiser entrar na casa, pode valer à pena para ver como é uma residência medieval. Vou avisando, porém, que não tem nada dentro. Simplesmente subirá até o balcão de onde Julieta declarou seu amor a Romeu e vice-versa (Ah, Romeu, meu Romeu, diga que me amas e não serei mais Capuleto e nem tu Montecchio, mas apenas Julieta e tu Romeu, meu Romeu).

Bem, voltando para o lado esquerdo da rua da Casa di Giulietta, se seguir até o final, chegará à Piazza delle Erbe. Trata-se do local mais antigo de Verona e onde se localizava o Fórum Romano. Com o tempo os edifícios romanos deram lugar àqueles medievais. O local abriga uma feira livre de ervas, artesanatos e suvenires e também um fonte, construída em 1300 pelo último descendente da família que dominava a cidade e que dá nome a vários edifícios locais, como o castelo e anexa ponte. A estátua tem o corpo de uma estátua romana, que provavelmente decorava os edifícios romanos locais, mas a cabeça e os braços, então faltantes, são de 1300. De certa forma, simboliza a cidade, que também possui bases romanas e seu esplendor construído na época medieval.

Da Piazza delle Erbe, siga em direção ao rio (chama-se Adige) que, sem muito esforço, encontrará a Ponte Romana (pode imaginar uma ponte que ainda é usada depois de 2 mil anos?) e, do outro lado, o anfiteatro romano.

O anfiteatro ainda é usado para espetáculos durante o verão, particularmente de balé. Possui acústica perfeita e uma vista espetacular da cidade. Aliás, perder um pouco de tempo observando as águas do Adige passarem por debaixo da Ponte Pietra (ponte romana) é algo que fica marcado na memória.

Depois desse passeio, volte para o hotel, descanse um pouco e saia para jantar. Eu recomendo a Trattoria Tre Marchetti (www.tremarchetti.it), que fica a dois passos da arena. O local é agradável e, durante a temporada de musica lírica, recebe personagens de grande fama, como José Carrera ou Placido Domingos. Lembre-se de reservar antes para não encontrar o salão lotado.

Depois de um belo jantar, regado a um bom vinho, nada melhor que uma caminhada para fazer digestão. Nesse caso, volte à Piazza Bra e, antes de cruzar o arco em direção ao hotel, vire na rua à direita. Siga essa rua até o final e cairá em frente ao Castel Vecchio, antiga residência scaligera. Atravesse a rua em direção ao Castelo caminhe um pouco à esquerda e cruze a ponte. A luz alaranjada e o silêncio da noite (pode ficar sossegado, que o risco de ser assaltado é mínimo!) farão você retornar no tempo.

Se o programa em Verona rendeu bem, você deverá estar deixando a cidade pouco antes da hora do almoço, depois de um régio café. Caso negativo, estenda sua permanência um pouquinho mais para ver tudo o que foi indicado nos parágrafos anteriores. Não vai ser por causa de algumas horas que você vai deixar de ver edifícios e paisagens que dificilmente voltará para visitar.

Deixando Verona, siga em direção a Veneza, mas com tempo suficiente para uma paradinha técnica em Vicenza (www.vicenza.com/temi/conosci_vicenza/monumenti/index.php). Vai passar por ela de qualquer modo, pois a estrada que liga Verona a Venza (A4) passa por Vicenza, cidade que deve muitos de seus edifícios a um gênio da arquitetura dos anos 1500, Andrea Palladio. Entre suas obras mais significativas, coloco a Rotonda, casa com as quatro fachadas iguais e que serviu de inspiração para o projeto da Casa Branca, e o Teatro Olímpico, localizado no centro da cidade e cuja visão fica eternamente marcada na memória.

Se tudo estiver dentro do planejado, você estará chegando a Veneza na noite do 16° dia de permanência na Itália e não terá tempo de fazer nada além de dar entrada no hotel, comer algo e dormir um pouco.

Eu sugiro ficar hospedado no Hotel Firenze (www.hotel-firenze.com), que fica realmente a dois passos da Piazza San Marco e tem um preço bem em conta. É simplesinho, mas suficiente. Claro que, se preferir algo faustoso, o Danieli (www.danielihotelvenice.com), onde ficam hospedados de Bill Clinton a Brad Pitt, é um sério candidato. Nesse caso, prepare o bolso, pois vai gastar um bocado. Em qualquer caso, se estiver de carro, vai ter que deixá-lo num estacionamento, pois em Veneza, para se locomover deve usar os pés, ou um barco (ou gôndola). Prepare-se para ficar na cidade pelo menos 2 noites.

Use essa primeira noite em Veneza para, como nas outras cidades, se perder (literalmente), por suas ruelas. Pare em alguma osteria, ou trattoria que te agradar e como algo. Existem menus turísticos, com entrada, prato principal, segundo prato e sobremesa com valores bem em conta e nem por isso deixam de ser bons.

Depois do jantar, noite adentro, caminhe pela praça San Marco e deixe-se envolver pela atmosfera do local que, a certa hora fica encoberta pela bruma que vem do mar, iluminada por lampiões de longa data e com o silêncio rompido apenas por seus passos sobre as pedras do calçamento. EU considero essa praça, sobretudo à noite, um dos lugares mais bonitos do mundo.

O décimo sétimo dia vai ser intenso e começa por uma visita à Igreja de São Marcos (www.basilicasanmarco.it). Note os cavalos que estão colocados no alto da porta principal. São réplicas de originais que pode ver dentro, na sala do tesouro. Os originais foram trazidos de Istambul, onde decoravam o hipódromo. Os responsáveis por isso foram os cruzados que vendo as estátuas de bronze brilhando, tomaram-nas como sendo de ouro e as levaram como espólio de guerra.

A igreja é belíssima, adornada com o que há de melhor na arte bizantina. Note a riqueza dos mosaicos e, se tiver afim de visitar a sala do tesouro, fique com a boca aberta ao se deparar com a Pala D’Oro, uma espetacular obra sacra, colocada imediatamente atrás do altar da igreja e feita em ouro, prata e pedras preciosas. Claro que para ver isso, tem que pagar (o ingresso à igreja é gratuito, naturalmente).

Saindo da igreja, o próximo programa é uma visita ao Palácio Ducal, ou Palácio dos Doges (http://palazzoducale.visitmuve.it), antigos administradores da República Marítima de Veneza. O ingresso, que também dá direito a visitar o Palácio Real, que se encontra do outro lado da praça, dá acesso a um conjunto de salas ricamente adornadas com pinturas do mestre veneziano Tintoretto, mas também à famosa Ponte dos Suspiros, que leva esse nome, pois é dava aos condenados a chance de ver pela última vez a luz do sol, já que imediatamente depois vêm as masmorras, de onde o cidadão saía somente morto.

Um belo material de estudos para conhecer Veneza é a mini série encenada por Ken Marshall e que fala sobre a vida de Marco Polo.

Outro programa imperdível em Veneza é um passeio pelo Canal Grande, o que pode ser feito num dos vaporeto, espécie de balsa-ônibus local. Nesse canal, encontram-se algumas das mais belas residências do cidade, hoje, praticamente todas transformadas em museus ou locais da pública administração (alguns ainda permanecem nas mãos de famílias nobres). Pare na Ponte Rialto e caminhe por ela. Vai notar alguma semelhança com a Ponte Vecchio, de Florença.

Para o programa da noite, aqui vai uma opção que deve agradar: concerto na Scuola Grande San Rocco (www.scuolagrandesanrocco.it), outro edifício decorado com obras do grande Tintoretto, seguido de jantar no Restaurante La Fenice (www.ristorantelafenice.it), localizado ao lado da Opera La Fenice (se preferir, pode assistir a um espetáculo na Opera).

Conheci esses locais por acaso. Enquanto caminhava com dois amigos, ouvi a música vinda de um edifício renascentista e resolvi entrar. Fui brindado com um inesquecível espetáculo, num ambiente decorado por telas do mestre veneziano, ao som de músicas de Vivaldi, outro talento local, tocadas por um quarteto que até cravo original da época tinha. Como o Restaurante fica ao lado, acabei entrando com esses amigos e terminei a noite com outra bela surpresa.

Outra boa opção de restaurante, mas com preços muito, mas muito mais altos é o Harry’s Bar (www.cipriani.com), que fica nos arredores da San Marco. Vale á pena a experiência ...

No décimo oitavo dia, já no final da viagem, pegue o carro e suba a montanha, sempre pela A4, até Misurina (http://en.wikipedia.org/wiki/Lake_Misurina). Com o lago congelado ou não, o local é de ficar com o queixo caído. Passe a noite ali e empregue o dia caminhando pelas dolomitas. Para se hospedar, a melhor opção, pela localização na beira do lago, é o Grand Hotel Misurina (www.grandhotelmisurina.it).

No seu décimo nono dia, não tem jeito, tem que pegar o carro e seguir direto para Milão. São quase cinco horas de estrada, que podem ser interrompidas por uma parada estratégica em Sirmione (www.sirmione.com/english.htm), cidade à beira do Lago de Garda e que Maria Callas escolheu para viver seus últimos dias. Para por lá, como algo, estique as pernas e prossiga para chegar em Milão antes da noite chegar.

E onde ficar em Milão? Bem, eu recomendo o Hotel Palazzo Stelline (www.hotelpalazzostelline.it/it/index.htm), localizado num antigo orfanato para meninas, carinhosamente chamadas de estrelinhas. O preço é bom e a localização é boa caso deseje se desfazer do carro e de lá seguir de trem (Estação Milano Cadorna) até o aeroporto de Malpensa, de onde provavelmente pegará o vôo de retorno para o Brasil (compre o bilhete com antecedência pelo site www.malpensaexpress.it). Além do mais, fica bem em frente à Igreja de Santa Maria delle Grazie, em cujo refeitório fica a famosa Última Ceia, de Leonardo a Vinci. Para visitá-la, independentemente de estar perto, ou não, reserve os ingressos com antecedência, pois só um pequeno número de pessoas pode acessar o local a cada dia (www.tickitaly.com/galleries/davinci-last-supper.php).

Além da Última Ceia, pintada por Leonardo na sua longa permanência em Milão, sob a proteção do Duque Ludovico Sforza, são obrigatórias visitas ao Duomo, ao Castello Sforza (ou Sforzesco) e à Galleria Vittorio Emanuele, aquele que disse ser muito semelhante à de Nápoles.

O Duomo (www.duomomilano.it), ou catedral, é um dos exemplos máximos da arquitetura gótica, comparável somente à Notre Dame de Paris, ou a Catedral de Chatres. Começou a ser construído em torno do ano de 1300 e, aos longo dos séculos, passou por diversas modificações até chegar à estrutura atual. Se desejar, pode subir até seu telhado, de onde tem uma vista privilegiada da Madonnina (Nossa Senhora de Milão) e de toda a cidade.

Quanto as Castello Sforzesco (www.milanocastello.it/ita/home.html), tão antigo quanto o Duomo, já serviu de morada para as diversas famílias que dominaram Milão e até mesmo como caserna, durante o período napoleônico. Durante a segunda guerra foi seriamente abalado e as autoridades pensaram seriamente em demoli-lo completamente. Entretanto, optaram pela restauração que, entretanto, eliminou algumas características de uma fortaleza, trazendo mais praticidade e aproximando-o mais de um castelo de contos de fada.

Se não errei nas contas, a essa altura você já está de malas prontas para retornar ao Brasil. Entretanto, caso ainda tenha mais uma noite em Milão, vá jantar no meu restaurante preferido, que é o Bice (www.bicemilano.it). Vale sempre a mesma dica de qualquer outro restaurante, ou seja, que deve reservar com antecedência.

Outra opção de local, mas muito mais caro, é o Boeucc (www.boeucc.it/boeucc), que figura entre os restaurantes mais antigos do mundo ainda em atividade.

Num caso ou n’outro, aproveite, depois do jantar, para caminhar pela Monte Napoleone, Santo Spirito e Sant’Andrea, cujas vitrines são inspiradoras, mas totalmente seguras àquela hora para quem não queira gastar com produtos de algumas das principais grifes italianas.

Chegamos ao ponto final desta história. Espero que meu roteiro te ajude a fazer uma boa viagem!

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