quarta-feira, 9 de julho de 2014

O JOIO E O TRIGO

Acreditava ter lido todas as parábolas de Jesus e eis que, convidado a fazer uma apresentação sobre a Parábola do Joio e do Trigo, dou-me conta que essa me havia escapado.

Diz ela que o reino dos céus é como um homem que planta boas sementes em seu campo que, na calada da noite, num momento de desatenção, tem-no ocupado por malfeitores que nele semeiam joio, uma erva daninha que sufoca o trigo e o enfraquece. Quando os servos desse homem se dão conta que entre o trigo há joio, perguntam-lhe se gostaria que ele fosse arrancado. O homem, porém, pede que o deixem crescer junto ao trigo até o momento da ceifa, quando o joio será amarrado em molhos para ser queimado e o trigo levado ao celeiro.

São tantas as lições que podem ser tiradas desse pequeno texto, cujo personagem principal é Jesus, o semeador, que deposita dentro de nós a boa semente antes mesmo de encarnarmos, auxiliado por nossos guias. Entretanto, invigilantes que somos, deixamos que o mal se instale dentro de nós, permitindo que nossos vícios e defeitos se alastrem pelos campos de nossas vidas.

Invigilantes e, até certo ponto, irresponsáveis, pois temos à disposição uma série de recursos para nos mantermos ligados aos bons espíritos, por meio de leituras edificantes e orações. Todavia, preferimos nos deixar levar pela doença do século: a falta de tempo. Temos tempo para comer, para nos divertir, para cuidar do corpo, para trabalhar e para dormir, mas não temos tempo para orar, pois sempre acordamos com pressa para uma pesada agenda de compromissos, que nos desviam do contato com Deus. Dela saímos tão cansados que, antes mesmo de dizermos Pai Nosso, o sono já nos levou.

Mas eis que chega a colheita, quando o joio deverá ser separado do trigo e amarrado, levado à fogueira. Nesse momento, o sofrimento se faz presente, não uma, mas várias vezes, fazendo-nos despertar e retomar o caminho da evolução, em sintonia com o mundo espiritual superior, fazendo com que o trigo plantado dentro de nós cresça para alimentar nossa alma e transformar nosso mundo interior no tão falado reino dos céus.

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