Acreditava
ter lido todas as parábolas de Jesus e eis que, convidado a fazer uma
apresentação sobre a Parábola do Joio e do Trigo, dou-me conta que essa me
havia escapado.
Diz
ela que o reino dos céus é como um homem que planta boas sementes em seu campo
que, na calada da noite, num momento de desatenção, tem-no ocupado por malfeitores
que nele semeiam joio, uma erva daninha que sufoca o trigo e o enfraquece.
Quando os servos desse homem se dão conta que entre o trigo há joio, perguntam-lhe
se gostaria que ele fosse arrancado. O homem, porém, pede que o deixem crescer
junto ao trigo até o momento da ceifa, quando o joio será amarrado em molhos
para ser queimado e o trigo levado ao celeiro.
São
tantas as lições que podem ser tiradas desse pequeno texto, cujo personagem
principal é Jesus, o semeador, que deposita dentro de nós a boa semente antes
mesmo de encarnarmos, auxiliado por nossos guias. Entretanto, invigilantes que
somos, deixamos que o mal se instale dentro de nós, permitindo que nossos
vícios e defeitos se alastrem pelos campos de nossas vidas.
Invigilantes
e, até certo ponto, irresponsáveis, pois temos à disposição uma série de
recursos para nos mantermos ligados aos bons espíritos, por meio de leituras edificantes
e orações. Todavia, preferimos nos deixar levar pela doença do século: a falta
de tempo. Temos tempo para comer, para nos divertir, para cuidar do corpo, para
trabalhar e para dormir, mas não temos tempo para orar, pois sempre acordamos com
pressa para uma pesada agenda de compromissos, que nos desviam do contato com
Deus. Dela saímos tão cansados que, antes mesmo de dizermos Pai Nosso, o sono
já nos levou.
Mas eis que chega a
colheita, quando o joio deverá ser separado do trigo e amarrado, levado à
fogueira. Nesse momento, o sofrimento se faz presente, não uma, mas várias
vezes, fazendo-nos despertar e retomar o caminho da evolução, em sintonia com o
mundo espiritual superior, fazendo com que o trigo plantado dentro de nós
cresça para alimentar nossa alma e transformar nosso mundo interior no tão
falado reino dos céus.
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