Já foi
visitar a exposição sobre os mestres renascentistas? Não? Então programe-se
para ir nos próximos finais de semana, até dia 13 de setembro. A exposição
reúne 57 obras garimpadas em importantes coleções italianas de diferentes
cidades italianas, entre as quais Florença, Roma, Veneza e Milão.
A idéia dos
curadores foi mostrar como o renascentismo se desenvolveu em Florença e depois
se espalhou por toda a península itálica, tendo adquirido características
próprias em cada região. Por exemplo, na escola florentina a luz vem de dentro
para fora, evidenciando a perspecitva e levando o observador para dentro do
quadro. Já no caso da escola veneziana, a luminosidade vem de fora para dentro,
concentrando-se em alguns pontos principais da obra, de modo a também captar a
atenção do observador.
A exposição
possui peças que raramente saem da Itália e incluem três belissimos Raffaellos,
entre os quais o Cristo Benedicente disposto na fachada do Centro Cultural
Banco do Brasil e que cumprimenta a todos os passantes pela Rua São Bento.
Unem-se a esse time de obras primas desenhos de Michelangelo e pinturas de Bellini, Ticiano, Tintoretto, Veronese, Botticelli, Perugino e do mestre Leonardo da Vinci, para citar apenas os mais conhecidos. A peça de Leonardo, aliás, colocada num canto, junto a obras de outros pintores que ilustram o renascimento em Milão, na minha opinião, é priva do devido destaque que uma obra do mestre florentino deveria ter e que merecia uma sala exclusiva para sua apreciação. A peça exposta é a Leda e o Cisne, obra pertencente à Galeria Borghese e que, embora não tão famosa como a Monalisa, contém todos os elementos que são característicos de Da Vinci, como as linhas de fuga e a paisagem distante que contrastam com a imagem da figura mitológica de Leda, em primeiro plano, abraçada a um cisne e observada por dois anjos.
A exposição também contém algumas esculturas, entre as quais um busto de Cristo, feito em argila policromada e de autoria de Andrea del Verrocchio, que teve como pupilos ninguém menos qe Botticelli, Perugino e Leonardo da Vinci. Seu ateliê foi dos mais famosos da época e sua arte reconhecida como das mais belas. Seu Cristo, com a boca levemente aberta e com a cabeça girada para a esquerda parece falar com quem dele se aproxima.
Quem quiser se dar de presente esse banho de cultura tem até o dia 13 de setembro, mas tem que acordar cedo. Até as 10.00, quase não existem filas, mas lá pela hora do almoço a espera para entrar pode ser de até duas horas e meia. Entretanto, se você possui mais de 60 anos, tem direito a entrada preferencial junto a um acompanhante.
A exposição está abrigada no Centro Cultural do Banco do Brasil, logo ali, na Rua Álvares Penteado, a dois passos da Praça do Patriarca. De brinde, você ainda ganha um belo passeio pelo centro histórico de São Paulo, que esconde edifícios com fachadas que não deixam a dever ao que há de mais belo em Paris e Buenos Aires. Aliás, a própria sede do Centro Cultural Banco do Brasil é um belo exemplo de arquitetura art nouveaux, com bronzes, mosaicos e vitrais que infelizmente já não se fazem mais.
Na saída, tome um cafezinho no próprio bar do CCBB, com grãos produzidos na Fazenda Pessegueiro, avaliados entre os melhores do mundo. Já na lojinha, além do catálogo da exposição, algumas poucas peças disponíveis para os consumidores de arte. Aliás, fica a dica para os admnistradores do local também colocarem à venda pelo menos os catálogos das exposições anteriores.
Na saída, tome um cafezinho no próprio bar do CCBB, com grãos produzidos na Fazenda Pessegueiro, avaliados entre os melhores do mundo. Já na lojinha, além do catálogo da exposição, algumas poucas peças disponíveis para os consumidores de arte. Aliás, fica a dica para os admnistradores do local também colocarem à venda pelo menos os catálogos das exposições anteriores.
E falando em Praça do Patriarca, vale lembrar que ela ganha esse nome em homenagem a José Bonifácio de Andrada e Silva, preceptor de Pedro I e Pedro II e um dos artífices da independência do Brasil. Sua estátua de bronze, meio perdida na imensidão do local, dá as costas para o Viaduto do Chá e divide espaço com a igrejinha de Santo Antônio e com o sisudo edifício de linhas fascistas, feito construir por Francisco Matarazzo e hoje sede da Prefeitura de São Paulo.
Caminhe mais um pouco, em direção à estação São Bento do Metrô (é o melhor modo de chegar a esse ponto da cidade) e passará em frente ao Edifício Martinelli, construído no final do ciclo do ouro do café e que já mereceu neste blog um texto exclusivo sobre ele e o período em que foi construído.
Bom passeio!