domingo, 25 de março de 2012

A FÉ

Alguns dizem que a fé move montanhas. Outros acreditam que ela é a fortaleza do homem. Mas qual é o combustível que a move e de que é construída sua fortaleza? Ah, meus amigos, se responder a essa pergunta fosse fácil, ninguém sentiria aquele aperto no coração que teima em nos dizer que estamos tristes, mesmo que tudo a nossa volta tenta nos fazer sentir exatamente o contrário.
Saber qual a origem da fé é tarefa que provavelmente não será completamente executada numa única vida. Essa longa espera, porém, não justifica o abandono dessa busca insana, que se confunde com nossa própria existência. Sendo assim, sigamos adiante em nossa investigação.
Segundo o Evangelho, a fé é um sentimento inato no homem, sobre seus destinos futuros. Um sentimento que lhe dá forças para realizar tarefas, embora não saiba muito bem como. Simplesmente lhe empurra para frente, sussurrando baixinho no ouvido “Você pode. Você consegue”.
Ao influxo da fé, nenhum pensamento negativo resiste e, se tudo parece estar dando errado, para os homens com a fé fortalecida, todos os problemas são passíveis de serem resolvidos.
Enganam-se os que pensam que fé não é outro que resignação. Resignar-se é aceitar o que a vida manda, embora não necessariamente com serenidade. Já quem tem fé aceita os percalços da vida e de cada obstáculo tira um aprendizado. Quem tem fé não deixa que os problemas lhe tirem a alegria de viver. Quem tem fé sabe que tempestade nenhuma dura para sempre e que após qualquer tormenta vem uma calmaria. Quem tem fé supera problemas e a cada problema superado sai fortalecido, pronto para desafios maiores.
Ter fé, porém, não significa deixar os problemas nas mãos de Deus. Nossos problemas são nossos. A fé em Deus nos ajuda a superá-los, como que um treinador ensinando e estimulando seu atleta. A tarefa de vencer a prova, porém, cabe apenas ao atleta.
Ter fé, também, não significa acreditar mais cegamente nesse ou naquele profeta, nessa ou naquela religião. Posso não aceitar nenhuma religião do mundo e ainda assim ter fé em Deus, ou numa força superior. A fé transcende as religiões que têm por tarefa apenas e tão somente apresentar-nos um método para no ligarmos ao criador. As estradas para atingir esse objetivo cada um escolhe de acordo com seu entendimento. Alguns preferirão o caminho que passa por Meca, outros por Jerusalém, outros ainda por Roma, pelo Xingu, ou por Uberaba. Em todos os casos, mais cedo ou mais tarde, chegaremos onde planejamos antes de embarcar nessa longa viagem da vida.
Eu acredito que quando aprendermos a ter fé, teremos aprendido a viver. Até lá, muitas tempestades irão abalar nossas estruturas e nossas próprias crenças. De qualquer modo, assim como a vida, a busca pelo ideal da fé é um desafio que vale à pena ser enfrentado e, quem sabe, nesse início de ano, não coloquemos entre nossas prioridades o fortalecimento da nossa fé e, conseqüentemente, de nós mesmos.